Senado do Canadá aprova lei que legaliza a maconha
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo comenta
Os senadores do Canadá aprovaram na noite de quinta-feira (7) uma lei que permite o consumo de maconha para fins recreativos. Foram 52 votos a favor, 30 contra e uma abstenção.
O texto da lei, modificado pelos Senado do Canadá, passará agora para a consideração da Câmara dos Comuns, dominada por liberais ligados a Justin Trudeau. A liberação da droga era uma promessa de campanha do primeiro-ministro.
Embora não haja uma data definida para quando a maconha poderá estar disponível para a venda, a aprovação do Senado foi a passagem de um dos obstáculos mais significativos - muitos senadores conservadores se opõem ao projeto de lei.
Guilherme Messas, Professor e Coordenador do Programa de Duplo Diagnóstico em Álcool e Outras Drogas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, acredita que, ainda este ano, o Canadá deve legalizar o uso recreativo de Cannabis, impondo um regime de forte regulação.
"Neste modelo, apenas maiores de 21 anos poderão ter acesso à substância, já que é sabido que os riscos do uso abaixo dessa idade são expressivos. Do ponto de vista de saúde pública, é um modelo ousado, cujos resultados são incertos e podem levar muitos anos para uma avaliação quanto à sua validade", diz Messas.
Messas aponta que Canadá é um país com elevadas taxas de uso de Cannabis e essa mudança legislativa tem o objetivo de organizar essa tradição cultural e reduzir a criminalização relacionada a ela.
"O Brasil não tem uma tradição canábica e qualquer mudança legislativa tem que ter como base a busca de um equilíbrio entre a necessidade de reduzir a violência no país e a proteção dos mais vulneráveis. Uma necessidade dessa natureza é mais bem contemplada pela descriminalização do porte de substâncias (apenas para o uso) e pela forte regulação do álcool, substância lícita fortemente relacionada com o uso de substâncias ilícitas", conclui.
Sugestão de Fonte para a Imprensa
Prof. Dr. Guilherme Messas, Psiquiatra especialista em Álcool e Drogas, é Professor e Coordenador do Programa de Duplo Diagnóstico em Álcool e Outras Drogas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Coordenador da Câmara Temática Interdisciplinar sobre Drogas do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Entrevistas com o psiquiatra podem ser agendadas pelo e-mail oscar.dambrosio@fcmsantacasasp.edu.br
1 Comentário
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Curioso o professor afirmar que "é um modelo ousado, cujos resultados são incertos e podem levar muitos anos para uma avaliação quanto à sua validade". Lembro-me de alguns brasileiros que moram no Canadá me informando que o uso da maconha no referido país era corriqueiro. No Brasil o consumo da maconha é muito grande também. O Canadá só regulamentou o que estava na clandestinidade, mas o consumo já existia. Acho duvidoso esse argumento que questiona a legalização da maconha levando em consideração o consumo, como se o fato de ser proibido impedisse que a droga fosse comercializada. continuar lendo